Não é a primeira vez que o preço do petróleo subiu muito e a Presidência da República resolveu intervir na Petrobrás. Só que isso não teve efeitos benéficos para a economia e nem para a empresa.
Vivemos numa sociedade capitalista, onde o preço de tudo é determinado pelas forças de mercado. É a concorrência que define o quanto algo vai custar. Os comunistas e socialistas não conseguiram criar um sistema econômico mais eficiente.
Há problemas no capitalismo? Claro que há. A imensa desigualdade econômica é uma delas. Mas temos outras soluções melhores? Por enquanto não. Então, temos que viver com o que temos de melhor.
Quando o governo intervém, seja numa empresa estatal, ou dando benefícios fiscais para algum setor, ele mete o dedo nessa dinâmica que forma os preços e isso causa distorções deletérias.
Tais malefícios podem vir a curto, ou longo prazo. Ninguém sabe quando vai vir, ou de que forma virá. A economia é uma ciência social aplicada. Não tem como analisarmos os efeitos de uma decisão econômica dentro de um laboratório para depois aplicá-la.
E é aí que reside o problema. A literatura histórica econômica mostra várias coisas que foram feitas e deram errado. Só que no Brasil, a história é negligenciada e as mesmas decisões erradas do passado são praticadas hoje.
O sistema econômico que rege as nossas vidas é como uma onda eletromagnética: ele dilata e se contrai. Se o governo tentar impedir essa contração, as forças que a promovem podem aumentar ainda mais.
O Brasil não é uma ilha. Gastar dinheiro público na tentativa de impedir a alta da gasolina, é queimar dinheiro que será necessário no futuro. A dívida pública já está alta, então, não podemos gastar dinheiro atoa.
É melhor sermos forçados a usar menos os nossos veículos, do que forçar uma demanda sobre uma oferta que está defasada. A discrepância entre o valor de mercado e os preços exercidos, é como um veneno que age aos poucos.
Tem recessões que surgem para o nosso bem. É melhor sofrer agora do que adiar para o futuro.